quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Na noite - Carlos Durão

Na noite, do trabalho, me ajudaste, sem saber,
me deste: o equilíbrio, que faltava; a esperança,
que pedia, sem querer; e o carinho, para eu ver;
ajudei-te, me disseste, mas não sei se pôde ser;
adeus, companheira, que chegaste
da multidão, ignota, e voltaste
à multidão, anónima, e me deste
vida, nos teus olhos, obrigado, só um instante
te acarinhei, e, então, te despediste;
agora és, só, lembrança (e dóis, ausente).

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