... escondida, te encontrarei, perdida,
te guiarei, despida, te abraçarei,
revestir-te-ei, de vida,
e, sem vida, dar-te-ei,
a seguir, eternidade...
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
A morte
"La mer, toujours recommencée"
(P. Valéry, Le Cimetière Marin)
Afazer-nos-emos, à morte, passará,
por nós, deixá-la-emos, na maré,
ir, consumar, o seu destino, não poderá,
prevalecer, acabará, em se consumir,
e o mar, entrando, à Terra, nos refará.
(P. Valéry, Le Cimetière Marin)
Afazer-nos-emos, à morte, passará,
por nós, deixá-la-emos, na maré,
ir, consumar, o seu destino, não poderá,
prevalecer, acabará, em se consumir,
e o mar, entrando, à Terra, nos refará.
Remanso
No mar, na Terra, pairava
o horizonte, onde foi
sumindo, num sonho, o teu navio
e deixei, de te ver: subi, na angústia,
ao mais alto, para não! te perder,
e rompeu, em mim, amor,
esta palavra, que foi ter
na tua praia, aos teus pés,
humilde, a remansar.
o horizonte, onde foi
sumindo, num sonho, o teu navio
e deixei, de te ver: subi, na angústia,
ao mais alto, para não! te perder,
e rompeu, em mim, amor,
esta palavra, que foi ter
na tua praia, aos teus pés,
humilde, a remansar.
Memória
É-me urgente, hoje, oh meu povo!
tantas vezes, solidário, a tua memória,
mas ainda, mais premente, é a tua,
povo irmão, meu, palestino: eis aqui,
da minha, à tua, pátria, inexistente,
meu amor, teu destino, nossa história!
tantas vezes, solidário, a tua memória,
mas ainda, mais premente, é a tua,
povo irmão, meu, palestino: eis aqui,
da minha, à tua, pátria, inexistente,
meu amor, teu destino, nossa história!
Era, sim, tempo de amar...
(Omnia tempus habent...
tempus dilectionis...: Ecl 3:1...8)
Não há tempo, para amar,
nem tu, nem eu, temos, já, pátria,
p’ra pousar; apenas, algum tempo,
p’ra nós dar; esquece, então, o coração,
é isso, um luxo; toma, se isso queres,
minha vida, mas não peças,
nós deixar, pelo amor, a luita;
ao fim, é bom, vir, o silêncio...
tempus dilectionis...: Ecl 3:1...8)
Não há tempo, para amar,
nem tu, nem eu, temos, já, pátria,
p’ra pousar; apenas, algum tempo,
p’ra nós dar; esquece, então, o coração,
é isso, um luxo; toma, se isso queres,
minha vida, mas não peças,
nós deixar, pelo amor, a luita;
ao fim, é bom, vir, o silêncio...
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